Como a maioria das almas sensíveis, você certamente sabe que é sensível. É daquelas pessoas que “absorve” os estados de espírito de tudo e de todos os que o rodeiam como se fosse uma esponja. Embebe as sensações tal como um pincel ensopa as tintas ao tocar na palete de cores. Capta a espuma do mar nas suas veias e entende a linguagem das ondas só de ouvir o mar. Pressente a mudança das estações, a beleza etérea de um corpo saudável, retumba com o clímax de uma música ou viaja com o cheiro de uma determinada fragrância, sendo que tudo isto (e mais alguma coisa) pode levá-lo às lágrimas.
Almas super sensíveis, como nós, têm colorido impressionantemente a paisagem humana e é importante notar que, por mais ‘carapaças’ que se venham a adquirir pelo caminho, todos os seres humanos são, na sua essência, frágeis.
Tudo isto significa basicamente que se você é sensível, com certeza terá mais probabilidade e capacidade de ver as cores do mundo e dos outros. E sentir a energia que emanam da mesma forma que qualquer pessoa ouve aviões a jacto. Ou seja, instantaneamente. O que por vezes o deixa ou pode deixar numa posição desconfortável, porquanto, às vezes, sente que seria melhor “proteger-se” mais. Ou como que a necessidade de “separar” higienicamente o ‘dentro’ do ‘fora’ de si.
Quando alcançamos e conseguimos manter a nossa “carga positiva” (sim, somos como que pilhas ambulantes) ficamos com maior imunidade (protecção) e, naturalmente, conseguimos estar mais defendidos das cargas negativas que se nos dirigem. E isto importa? Escusado será dizer que sim, uma vez que se sabe ser um fortíssimo propulsor de doenças e desequilíbrios vários no nosso organismo a activação da nossa “carga negativa”, usualmente auto-imune, que altera o nosso metabolismo, ou seja, faz o corpo lutar contra si mesmo. E ficamos doentes.
Pois bem, o mundo é uma rica tapeçaria de imensa textura e tonalidade à sua volta e cada secção contemplada assume frequentemente as cores do nosso olhar.
O sumo da vida é a vitalidade, é ela que desperta as nossas células, todas as manhãs, e nos faz querer dançar e arranjar formas anímicas de expandir os limites das quatro paredes do “mundinho” triste que – tantas vezes – nos “adentra” através televisão e similares.
E para se ter energia de vida, para lidar com todos os desafios do dia-a-dia, precisamos estar e sentir-nos fortes e “protegidos”. Quando assim acontece, os nossos olhos e mentes ficam mais abertos e acabam por deter uma noção mais “ampla” da realidade. E para uma pessoa que está ou quer estar verdadeiramente viva, manter a vibração pulsante da saúde, nos tempos que correm, é um verdadeiro desafio.
Exactamente como almas vivas e sensíveis que somos, o nosso sistema nervoso responde muito facilmente a estímulos, o que pode muitas vezes ser esmagadoramente cansativo pelo simples facto de sermos tão inundados pela sensação.
Sim, às vezes dá jeito saber desligar a nossa ligação contínua à Terra. Mas, quando nos sentimos submersos de caos sensorial, e de maneira a mais facilmente podermos emergir das águas da nossa suprema sensibilidade, aqui ficam algumas dicas extremamente simples (mas capazes) para apoiar a necessidade de enraizamento e retorno à paz e ao auto-cuidado (a bem da sanidade, também!):
1. Crie. As pessoas sensíveis e a criatividade andam frequentemente de mãos dadas. Escolha o seu meio preferido e transforme a crueza do mundo e a sua capacidade inata de captar informação e energia ao seu redor, traduzindo-os em arte ou em qualquer manifestação apaixonada. Estão garantidos momentos lindos e fugazmente frescos e reciclados. :)
2. Desfrute da companhia dos animais. Que são mesmo nossos amigos… e, em comum com eles, temos a intuição e a compreensão compassiva da natureza. Para além disso, é simplesmente relaxante contemplar a serenidade de simplesmente “ser” e a presença tranquila (no aqui e agora) de um bichano.
3. Procure água. Esta fonte de vida é absolutamente mágica e, para além dos seus múltiplos e conhecidos usos, serve também como ferramenta para alcançar calma e equilíbrio. Um banho de piscina revigorante ou uma ‘roadtrip’ até ao mar, ao lago, ao rio ou até mesmo até à sua banheira! Deixe a água retemperá-lo, limpá-lo, a fim de se sentir bem novamente.
4. Esteja consciente daquilo que é seu e daquilo que não é seu. Quando você toma o negativismo das outras pessoas, deverá aprender a deixar ir o “eco”, para que não rebata em si. Sobretudo as mais tóxicas, densas ou desequilibradas; caso contrário poderão mesmo deixá-lo fisicamente indisposto. Aprenda a reconhecer o que é apenas a sua energia e emoção e coloque um “escudo” invisível e protector, em torno, para bloquear tudo o que não é seu.
5. Rodeie-se de pessoas que entendem a sua natureza. E nutra essa conexão. Há sincronismos fenomenais!
6. Faça um Retiro ou escapadela, de vez em quando. Para reabastecer e rejuvenescer.
Tenha o hábito de tirar algum tempo para si mesmo quando o corpo e a mente precisam. As pessoas de coração aberto necessitam proteger ferozmente a sua autenticidade e serenidade para poderem “funcionar”, dar o melhor que têm para dar. E o mundo anseia por almas super sensíveis que ajudem, de certa forma, a “por as coisas no seu lugar”.
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